É o fim da picada que a netinha de Lula consiga autorização do Ministério da Cultura para captar R$ 300 mil para montar a “A Megera Domada”. A concessão nada tem a ver com Shakespeare. O que conta é o sobrenome desta grande atriz. É a cultura posta sob o tacão da esquerdalha chique dos Buarque de Holanda (no caso de Ana, “de Hollanda”) e companhia, com a conivência dos “críticos” dos segundos cadernos. O que o “povo brasileiro”, em nome de quem falam, ganhou até agora com a Lei Rouanet?
Luan Santana, o ídolo sertanejo-pop, é um dos maiores vendedores de CDs e DVDs do país (num tempo em que esses produtos estão em declínio do mundo!), faz uma média de 4 shows por semana, reúne perto de um milhão de pessoas por mês, emprega 80 pessoas fixas e mobilizou nada menos de 800 para gravar um DVD, numa megaprodução como nunca houve no país, segundo dados do programa “Profissão Repórter”, da Globo. Ele tem 20 anos. Que eu saiba, não pega dinheiro da Lei Rouanet. Ao contrário: a renda de seus CDs e DVDs vai para obras assistenciais. Já fez doações milionárias para o Hospital do Câncer de Barretos e de Campo Grande, sua cidade-natal.
Isso quer dizer que o Brasil de Luan Santana gera riqueza, empregos e distribui benefícios; o dos Buarque de Holanda mete a mão no bolso dos brasileiros na suposição de que os pobres, os desdentados e os sem-escola têm a obrigação de financiar suas metáforas. Aí vem o bobalhão e diz: “Ah, mas o que Luan faz não é arte…” Não chega a ser uma prioridade deste blog, mas talvez fosse o caso de fazer um concurso de metáforas, metonímias e alegorias para a gente saber quem ganharia o concurso de cretinismo. Esse troféu Luan não levaria… Música é diversão, entretenimento. O debate sobre a qualidade pode ser feito, sim, segundo o gênero de cada um — de preferência, sem o financiamento do estado.
Com um pouco mais de esforço, dá até para arriscar alguma sociologia. Boa parte dos cantores pop-sertanejos vem da região Centro-Oeste, do interior do Brasil, em suma, as áreas que mais crescem e que têm sustentado a economia. Há, para sintetizar, os brasileiros que geram riquezas, das quais saem os impostos que financiam tanto os serviços de que são carentes os pobres como a farra, e há o Brasil que “chupinha” (não tem no dicionário; vem de “chupim”) quem trabalha, vendendo-nos a preço de ouro suas metáforas vagabundas e sua preguiça.
Luan Santana, o ídolo sertanejo-pop, é um dos maiores vendedores de CDs e DVDs do país (num tempo em que esses produtos estão em declínio do mundo!), faz uma média de 4 shows por semana, reúne perto de um milhão de pessoas por mês, emprega 80 pessoas fixas e mobilizou nada menos de 800 para gravar um DVD, numa megaprodução como nunca houve no país, segundo dados do programa “Profissão Repórter”, da Globo. Ele tem 20 anos. Que eu saiba, não pega dinheiro da Lei Rouanet. Ao contrário: a renda de seus CDs e DVDs vai para obras assistenciais. Já fez doações milionárias para o Hospital do Câncer de Barretos e de Campo Grande, sua cidade-natal.
Isso quer dizer que o Brasil de Luan Santana gera riqueza, empregos e distribui benefícios; o dos Buarque de Holanda mete a mão no bolso dos brasileiros na suposição de que os pobres, os desdentados e os sem-escola têm a obrigação de financiar suas metáforas. Aí vem o bobalhão e diz: “Ah, mas o que Luan faz não é arte…” Não chega a ser uma prioridade deste blog, mas talvez fosse o caso de fazer um concurso de metáforas, metonímias e alegorias para a gente saber quem ganharia o concurso de cretinismo. Esse troféu Luan não levaria… Música é diversão, entretenimento. O debate sobre a qualidade pode ser feito, sim, segundo o gênero de cada um — de preferência, sem o financiamento do estado.
Com um pouco mais de esforço, dá até para arriscar alguma sociologia. Boa parte dos cantores pop-sertanejos vem da região Centro-Oeste, do interior do Brasil, em suma, as áreas que mais crescem e que têm sustentado a economia. Há, para sintetizar, os brasileiros que geram riquezas, das quais saem os impostos que financiam tanto os serviços de que são carentes os pobres como a farra, e há o Brasil que “chupinha” (não tem no dicionário; vem de “chupim”) quem trabalha, vendendo-nos a preço de ouro suas metáforas vagabundas e sua preguiça.
Por Reinaldo Azevedo
Fonte: Veja
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